O cantor católico Eugênio Jorge disse, há muitos anos, que somente os frutos recompensam a dor da poda.
Pense nisso!
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A
vocação é um lindo presente de Deus para nós, pobres homens indignos de
Sua misericórdia. Percebo que aqueles que são vocacionados trazem esta
semente em seu coração desde todo sempre. A partir da experiência do
cultivo é que esta semente germinará ou não.
Gosto de pensar nas vocações como um jardim belíssimo que quanto mais zelado, mais belo fica e mais beleza produz. Para mim, a vivência da vocação talvez seja um constante cultivo.
Gosto de pensar nas vocações como um jardim belíssimo que quanto mais zelado, mais belo fica e mais beleza produz. Para mim, a vivência da vocação talvez seja um constante cultivo.
Sabemos
que não existe beleza no jardim se não houver, antes todo um preparo,
cuidado para acolher a semente. A meu ver, assim é o processo de
discernimento vocacional. Gosto de fazer esta comparação, pois é assim
que vou assimilando o que Deus faz em minha história.
Não compreendo o fato de a terra ser a
mesma, o sol e a água também os mesmos, mas cada flor trazer sua
identidade própria quando nasce. Daquela terra comum a todas, nascem
flores rosas, vermelhas, brancas e azuis. Como questionou o saudoso
padre Léo, fico também analisando: “Quem colocou tinta na terra para
que, do mesmo lugar, nasçam flores diferentes? Acaso a terra possui uma
tinta especial que as colore? A resposta é óbvia. Já na essência da flor
está determinado o tamanho que terá, qual cor a embelezará e quanto
tempo existirá.
Além da flor temos outros exemplos,
outras formas de ver o cultivo. Olhemos o coentro. Recordo-me com
saudades de uma época em que meu único ofício era estudar. Era aula de
horticultura e havíamos preparado leiras para plantarmos o coentro. Eu,
toda animada, saí semeando aquelas bolinhas, mas havia feito algo
errado, porque, antes de plantar o coentro, era necessário quebrar a
semente para que ela nascesse mais rápido.
“Gosto de pensar nas vocações como um jardim belíssimo que, quanto mais zelado, mais belo fica”
Foi um aprendizado simples,
vivido há mais de 14 anos, mas ele permanece vivo em mim, talvez porque
tivesse algo mais importante para me ensinar sobre a vida.
Hoje, vejo que a vida traz muito disso,
pois ela quebra as nossas cascas. Percebo minha vida de vocacionada
desta forma. Assim acontece a essência da flor, assim acontece com a
semente do coentro quando se revela em sua totalidade. Os passos certos
vão desde a escolha da semente até o preparo do terreno.
Olhe o exemplo da roseira que produz
belas rosas. Em determinado momento, é necessário que aconteçam podas,
porque novas mudas de roseiras são feitas a partir de galhos quebrados
colocados em outros lugares.
Que coisa bela é produzir beleza! Assim
acontece com flores, hortaliças e mudas. Assim também acontece com as
vocações na Igreja. Há pessoas que precisam se deixar podar,
deixar-se cortar, precisam ser “quebradas” para chegar à totalidade do
que Deus quer de suas vidas.
As vocações são a beleza da Igreja. O
que falar quando nos lembramos do saudoso padre Léo, do querido beato
João Paulo II ou de Irmã Dulce? Como não dizer que eles cumpriram seu
papel, foram fiéis à sua missão? Pois bem, esta crônica serve apenas
para questionar você sobre a missão que lhe foi confiada. Você tem
desempenhado bem sua vocação?
O cantor católico Eugênio Jorge disse, há muitos anos, que somente os frutos recompensam a dor da poda.
Pense nisso!
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